Recentemente minha dona voltou de uma viagem (interminável) e me levou a passear pelo bairro. Quase não dei conta de identificar tantos cheiros diferentes. Duas casas que viviam vazias agora têm gente morando, e fico pensando que gente será, porque a quadra está inundada com aromas que eu não suspeitava existirem. Que não há nenhum cachorro novo na minha rua, isso eu já sabia pelos latidos, e os odores da rua confirmaram. Mas alguma criatura muito esquisita andou se esfregando em uma touceira de grama, bem na esquina. Dei um salto de repulsa ao tentar identificar aquele cheiro medonho e sai correndo... Minha dona não entendeu nada, mas não quero nem passar por perto dali.
Foi muito bom passear, farejar e remarcar meu território com meu próprio aroma, tão familiar e reconfortante. Passei tanto tempo sem fazer isso (ninguém mais em casa passeia comigo) que meu cheiro já estava quase sumindo da vizinhança. Agora todos ficarão sabendo que continuo morando aqui — e passeando com minha dona!
Cheguei em casa exausto, ganhei água fresca e, nem preciso dizer, o carinho de um colo. Espero que minha dona agora fique muito tempo perto de mim.
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