Meu nome é BLÓGUI DÓGUI AMARAL AU-AU


Meu nome é BLÓGUI DÓGUI AMARAL AU-AU

Sou um poodle, quase TOY, que cresceu mais do que o esperado. Apesar do susto, minha dona continuou (e ainda é) tresloucadamente apaixonada por mim. Ela deve ser a mulher que serviu de modelo para a expressão FIDELIDADE CANINA. Um exemplar desses pobres e belos humanos...

Aqui, com sua ajuda, tentarei compreender a cabeça dessa mulher.

Enquanto isso, vou levando minha sempre curiosa VIDA DE CÃO.


BRASIL X PORTUGAL: Um bom cochilo


Minha dona ficou muito irritada durante o jogo e gritava “Vai! Não perde essa bola!”, “Olha o cruzamento!”, “Uhhhh!”. Eu fiquei fazendo companhia e até tentei alegrá-la com minha bola. Não deu certo... Mas tirei bons cochilos entre um grito e outro.

Uma coisa eu estou gostando dessa tal Copa do Mundo: minha dona tem viajado menos e ficado mais tempo comigo.

Bem que podia ter Copa todo dia. Mas igual a hoje: sem fogos. Assim posso cochilar bastante tomando conta de minha jabulani.

Minha “jabulani”, ou melhor, minha bola favorita


Tenho bolas de vários tamanhos e de muitas cores. Minha predileta é essa cheia de “pipoquinhas”, igualzinha à cor da grama. Mas que ninguém se engane: ela jamais consegue se esconder no meio de meu gramado, nem de noite, porque a cada dia que passa fica com cheiro mais interessante. Além do mais, ela está cada vez mais bonita, com marcas de meus dentes.

Taí outra coisa que não entendo no jogo de futebol (além daquele homem de preto com apito, que fica correndo pra cá e pra lá sem brincar). Por que não abocanham a jabulani? (Esse nome africano que deram para a bola é muito engraçado.) Minha dona também não abocanha quando brinca de jogar bola comigo, mas só agora, assistindo as brincadeiras da Copa, vi que ninguém nunca pega a bola com a boca! Me dá uma pena ver aqueles caras só correndo e chutando, tropeçando e caindo. Sei que uma bola daquele tamanho não cabe na boca de ninguém, mas se eles roessem um pouquinho por dia dava pra agarrar por algum cantinho...

Acho que a bola deles deve ter algum cheiro horroroso, porque nunca querem ficar com ela. Estão sempre chutando, chutando, cada vez pra mais longe, até para fora da grama. Mas continuam correndo atrás... Deve ser que nem aqueles bichinhos voadores que aparecem no meu gramado. Outro dia fiquei correndo atrás de um e minha dona falou que o bicho se chamava “maria-fedida” e que era para tomar cuidado. Nem liguei, porque a cor é igualzinha à de minha bola, e enquanto estava voando era a maior diversão, mas quando agarrei ficou com um cheiro insuportável, e um gosto pior ainda (deve ser igual à bola da Copa).

Acho que eles deviam trocar a tal jabulani por uma bola igual à minha. Ia ser muito mais divertido brincar e correr com a bola na boca. Além do mais, é a coisa mais óbvia do mundo: bola existe pra ser abocanhada!

Torcendo pelo Brasil e concorrendo a prêmios


Minha dona foi convidada a participar (comigo, é claro!) de um concurso para amantes de cachorro e de futebol.

Ela disse que todo mundo pode participar. Basta enviar uma foto de seu cão de estimação vestido como torcedor do Brasil, de verde e amarelo, para o site do “cão torcedor”:
http://www.nestle.com.br/purina/caotorcedor/#/home/

Os oito melhores torcedores serão contemplados, cada um, com um ano inteirinho de ração gratuita da saborosa marca Dog Chow - Purina, de 15 kg, entregues todo mês diretamente na residência dos vencedores, além de uma entrada para seus donos (com direito a acompanhante) para assistirem a uma palestra com Alexandre Rossi (que tem o apelido de Dr. Pet) e um kit de produtos muito elegantes (com boné, bandana e uma gostosa roupa canina).

Quem quer adotar essa garota linda?


Recebi uma cartinha, com fotos de tirar o fôlego, que estou postando aqui. Por favor, quem for adotar a “Linda” (minha sugestão para seu nome) deixe o endereço...

“Olá amigos!

Sou uma fêmea de pequeno porte, supersapeca e amorosa, que estava há muitos dias vagando pelas imediações do Parque Alvorada (na saída para o aeroporto de Dourados), à procura de comida, água e abrigo do frio. Quase fui atropelada na rodovia Guaicurus. Por sorte, uma tia estava passando e me recolheu. A minha tia me levou ao veterinário, onde tomei banho e fui medicada. Agora estou pronta para ser adotada. Serei castrada na próxima semana.

Se você gostou de mim e quiser me levar para casa, é só ligar no (67) 9971-6115. Prometo que vou me comportar bem e serei sempre leal a você. Mas se você não puder me adotar, repasse esta mensagem, para aumentar as minhas chances de ganhar um lar.

Obrigada!”

A cartinha veio de um pessoal muito bacana, do “Clube do Viralata de Dourados – MS”. Eles têm até um site (com dicas muito interessantes), onde já me inscrevi como um “fiel seguidor”. Para conhecê-los, basta acessar:
http://www.clubedoviralata.blogspot.com/

Essa tal “Copa do Mundo”...


Minha dona já me ensinou a gostar de assistir futebol, e não foi esforço nenhum. Afinal, adoro jogar bola! Se bem que meu jogo não tem chuteiras nem traves (e muito menos aquele homem que corre de roupa preta), mas somente o que interessa: um gramado verdinho pra perseguir a bola e abocanhá-la na hora certa, antes que ela decida mudar de caminho ou subir no telhado. Bola é das coisas mais interessantes que conheço, porque além daquele cheiro delicioso que tem quando chega em casa pela primeira vez, vai correndo e pegando todos os cheiros por onde passa.

Estou assistindo todos os jogos na sala, fazendo companhia a minha dona. Ela precisa, porque fica nervosa, se contorcendo. Diz que se contorce para o Brasil ganhar, mas desconfio que é de medo daquele barulho insuportável da vuvuzela e também porque já sabe que vão começar os fogos, que são a pior parte. (Tenho certeza que as pessoas conseguem farejá-los antes de explodirem, porque já começam a gritar e pular desesperados, e eu nunca percebo por quê.)

Eu não entendo bem as regras do jogo. O mais esquisito é que nas horas mais divertidas, quando todo mundo vai pra cima da bola, fazendo um bolo de gente, um homem de roupa preta apita e o jogo para. Acho que o apito faz a bola perder aqueles cheiros todos que ela vai pegando enquanto rola. Se eu conseguisse entrar naquele gramado tão verdinho, corria em ziguezague pelo meio de todos, agarrava aquele apito e trazia pra esconder aqui atrás das almofadas do sofá. Depois voltava pro colo de minha dona, com a camiseta de copa que ela me deu e continuava assistindo, até dar vontade de tirar um cochilo comprido...

Sei que quando o jogo acabar ela vai me acordar pra irmos à cozinha, o lugar mais gostoso da casa, melhor ainda que cheiro de bola que já correu bastante.